Publicidade

Publicidade

Fratura por Estresse: A fratura invisível que derruba corredores

Por:Ana Paula Simões

Atualizado em 8 de novembro de 2025

Fratura por Estresse: A fratura invisível que derruba corredores

Foto: O2Corre

    Neste Artigo

Neste Artigo

Imagine sentir uma dor insistente na perna ou no pé durante os treinos. Você reduz o ritmo, troca o tênis, aplica gelo, mas nada resolve. O que parecia apenas um incômodo pode ser, na verdade, uma fratura por estresse — a chamada “fratura invisível”.

Ao contrário das fraturas causadas por quedas ou traumas diretos, a fratura por estresse acontece de forma silenciosa. O osso não quebra de repente, ele vai “rachando” aos poucos, porque a sobrecarga repetitiva supera a capacidade natural de recuperação. É como se cada treino fosse um pequeno golpe, até que o osso não resiste mais.

Por que isso é tão grave?

Porque o diagnóstico muitas vezes é tardio. O atleta insiste em treinar acreditando que é apenas fadiga muscular ou tendinite, e só descobre a gravidade quando a dor já o impede de correr. Além disso, dependendo da localização — como no colo do fêmur ou na tíbia — o risco de complicações é maior, podendo até afastar o corredor por meses.

 

Principais causas (baseadas em evidências científicas):

  • Sobrecarga mecânica: aumento brusco de volume ou intensidade nos treinos.
  • Deficiência nutricional: baixa ingestão de cálcio, vitamina D e energia disponível.
  • Alterações hormonais: disfunções menstruais em mulheres, baixa testosterona em homens.
  • Fatores ósseos individuais: osteopenia, osteoporose ou densidade mineral óssea reduzida.
  • Biomecânica da corrida: pisada inadequada, desalinhamentos, deformidades nos pés ou joelhos.
  • Tênis  e superfícies: uso prolongado de tênis desgastados, treinos excessivos em piso rígido.
  • Fadiga muscular: quando o músculo não consegue mais absorver impacto, a carga vai direto para o osso.

Como identificar sinais de alerta:

  • Dor localizada que aparece durante a corrida e melhora com repouso.
  • Sensibilidade à palpação no osso.
  • Dor que piora progressivamente, mesmo em treinos leves.

 

Conduta imediata

Se houver suspeita, o primeiro passo é interromper os treinos de impacto e procurar avaliação médica. O diagnóstico pode exigir exames de imagem mais específicos, como a ressonância magnética, já que o raio-X inicial muitas vezes não mostra alterações. O tratamento inclui ajuste de carga, correção nutricional e metabólica incluindo hormônios e, em alguns casos, imobilização.

 

Prevenção: o caminho mais inteligente

A fratura por estresse é um lembrete poderoso de que o corpo precisa de equilíbrio. Treino, descanso e alimentação formam um tripé inseparável para manter a saúde óssea e evitar lesões.

Mais do que correr quilômetros, é preciso correr com inteligência. Bons treinos valentes!

 

Referências 

  • Matcuk GR Jr, Mahanty SR, Skalski MR, Patel DB, White EA, Gottsegen CJ. Stress fractures: pathophysiology, clinical presentation, imaging features, and treatment options. Emerg Radiol. 2016;23(4):365-375. https://doi.org/10.1007/s10140-016-1390-5
  • Warden SJ, Burr DB, Brukner PD. Stress fractures: pathophysiology, epidemiology, and risk factors. Curr Osteoporos Rep. 2006;4(3):103-109. https://doi.org/10.1007/s11914-996-0029-y
  • Tenforde AS, Sayres LC, Sainani KL, Fredericson M. Evaluating the relationship of calcium and vitamin D in the prevention of stress fracture injuries in the young athlete: a review of the literature. PM R. 2010;2(10):945-949. https://doi.org/10.1016/j.pmrj.2010.06.003

Imagem: Envato

Leia a seguir:Campeonato Mundial de Esteira tem premiação de 100 mil dólares

Publicidade

Publicidade