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Por: Fausto Fonseca
Publicado em 21 de novembro de 2022

Foto: O2Corre
Ao iniciar os treinos focados em corrida, é comum que muitos atletas tenham uma preocupação especial com a alimentação. Saber o que comer, quando comer e quanto comer pode virar uma obsessão para algumas pessoas que desejam melhorar seu desempenho esportivo. Porém, antes de buscar a orientação de um especialista, é possível que muita gente experimente fazer mudanças na dieta baseada em modismos ou sugestões populares em redes sociais e afins. Cortar carboidratos e gorduras são duas estratégias mais lembradas nessas horas — especialmente se o objetivo é manter ou perder peso. Entretanto, um estudo publicado na revista Nature Medicine descobriu que uma dieta baixa em gorduras leva a uma ingestão menor de calorias quando comparada a uma dieta baixa em carboidratos (também conhecida como low carb). Mas será que essa tática pode ser, de fato, benéfica para corredores que querem melhorar sua performance esportiva?
A dieta cetogênica (low carb severa), por exemplo, tinha como principal indicação a epilepsia refratária, mas também pode ser utilizada como estratégia pontual no emagrecimento”, afirma Paula Hibari Sasakura, nutricionista da Gestão de Saúde do Grupo Fleury.De acordo com a especialista, as possíveis vantagens de dietas low-fat ou low carb para pessoas que praticam exercícios, principalmente corredores, varia muito e depende do condicionamento físico de cada um. “A gordura tem 9kcal em média para cada 1g de alimento, ao passo que cada 1g de carboidrato tem 4kcal. Então, a densidade calórica e a sensação de saciedade são diferentes para cada estratégia”, diz. Na verdade, segundo Paula, todos os macronutrientes são importantes para o corpo humano (carboidratos, proteínas e gorduras). Cada um, inclusive, oferece benefícios importantes à saúde. “As gorduras boas, por exemplo, favorecem o aumento do colesterol bom (HDL), diminuindo o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Já os carboidratos são a principal fonte de energia para o organismo”, diz. Desta forma, cortar algum desses nutrientes sem uma orientação adequada pode atrapalhar e prejudicar o desempenho físico. Ou seja, seguir uma dieta que pode ter funcionado para outra pessoa não significa, necessariamente, que ela funcionará da mesma forma para você.
A corrida é uma atividade física que demanda muita energia, sendo recomendado ingerir fontes de carboidratos simples como pré-treino. Inclusive, dependendo da duração da corrida, é necessário repor a energia até mesmo com gel de carboidrato”, lembra.Portanto, melhor do que se preocupar com o que será cortado da dieta, o praticante de corrida deve focar na qualidade dos alimentos que consome, evitando processados e investindo em comidas saudáveis, além de caprichar na hidratação.
Ao longo do dia, dê preferência aos carboidratos integrais (arroz integral, aveia, granola sem açúcar, tubérculos etc.). E antes das corridas, prefira os alimentos de mais fácil digestão (arroz branco, pão de forma tradicional, geleia 100% fruta, frutas). A recomendação é de 50-60% de carboidratos e de 25-30% de lipídeos do valor calórico total”, orienta Paula.
