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Síndrome do Trato Iliotibial: conheça os sintomas comuns e saiba como prevenir

Por: Fausto Fonseca

Publicado em 15 de novembro de 2022

Síndrome do Trato Iliotibial: conheça os sintomas comuns e saiba como prevenir

Foto: O2Corre

Uma das lesões mais comuns no universo da corrida, o joelho de corredor é uma síndrome que gera dor durante a prática do exercício, principalmente na lateral do joelho. Conhecida tecnicamente como Síndrome do Trato Iliotibial, é uma inflamação que afeta uma estrutura complexa de tendões e é causada, principalmente, pelo atrito do trato iliotibial com a lateral do fêmur. Apesar de não ser grave e ser facilmente tratável, o joelho de corredor pode gerar dor intensa e interferir no desempenho do corredor durante o treino, principalmente se não cuidado inicialmente. Por isso, é fundamental saber identificar a síndrome para buscar ajuda médica e iniciar o tratamento adequado. Confira e entenda com mais detalhes o que é joelho de corredor (ou síndrome do trato iliotibial), quais são os sintomas mais comuns, como tratar e prevenir o quadro a seguir.

O que é joelho de corredor?

Como já vimos, joelho de corredor é o nome popular de uma condição chamada Síndrome do Trato Iliotibial. Essa denominação se dá pelo fato de uma de suas causas estar relacionada ao ângulo que o joelho faz durante a corrida, que é diferente da angulação do ciclismo, da caminhada e de outros esportes. Mas, afinal, o que é trato iliotibial?
O trato ou banda iliotibial é uma estrutura tendinosa, que se estende do íleo, um dos ossos da bacia, até a tíbia e cruza duas articulações, que são a do quadril e a do joelho. Assim, ela é como um estabilizador dinâmico dessas articulações”, explica Caio D’Elia, ortopedista do Vita Ortopedia do Grupo Fleury.
Difícil de entender? Pense, então, que a cada passada dada na corrida, a partir do contato do pé no solo, diversas estruturas são solicitadas para estabilizar a pelve e o joelho. Uma delas é a banda iliotibial — ou trato iliotibial. O joelho de corredor acontece devido ao atrito repetitivo dessa estrutura de tendões com uma proeminência lateral do fêmur, chamada de epicôndilo lateral.
Entre essas estruturas, fica interposta uma gordura que inflama devido ao atrito, que acontece durante a corrida. Esse atrito de forma repetitiva pode desencadear um processo inflamatório que vai acabar gerando dor e, eventualmente, a impotência funcional”, explica D’Elia.

Quais são as causas do joelho de corredor?

Por ser uma síndrome relacionada com o atrito entre o fêmur e a banda iliotibial durante a corrida, a principal causa do joelho de corredor é, justamente, a própria dinâmica do exercício. Porém, existem certos fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da condição. Entre eles, estão erros no treinamento, como a progressão rápida do volume ou intensidade da corrida.
Isso faz com que o joelho tenha que repetir seu ciclo mais vezes, o que, consequentemente, resulta em um atrito repetitivo do trato iliotibial, que pode desencadear a síndrome”, esclarece o ortopedista.
Outro fator comum é o controle motor ruim da pelve. Ou seja, a oscilação excessiva da pelve durante a corrida, o que acentua a tensão sobre o trato iliotibial. Além disso, o encurtamento dessa estrutura também pode ser um fator que predispõe à síndrome, comum entre corredores que possuem menor flexibilidade como característica física. Por fim, um fato curioso é que a síndrome costuma acometer mais mulheres. Isso acontece principalmente porque o corpo feminino possui, naturalmente, uma pelve mais larga.
Isso resulta em uma oscilação maior da pelve durante a corrida, sendo um fator que as torna mais predispostas a serem acometidas por esse problema”, afirma D’Elia.

Quais são os principais sintomas?

Se você está lendo esse texto, há alguma chance de estar pensando que já pode ter sofrido ou que está sofrendo de joelho de corredor. Para saber identificar a condição e buscar ajuda médica para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento, é preciso conhecer os principais sintomas da síndrome do trato iliotibial. O principal sinal da condição é a dor durante a corrida. Porém, na maioria das vezes, por ser leve e não causar prejuízo à prática, o corredor dá continuidade ao exercício. Porém, se o atleta insiste em realizar o treino mesmo com dor, o sintoma passa a ser cada vez mais evidente.
A pessoa pode abandonar a corrida ou o treino no meio da sessão, em função do desconforto característico na face lateral do joelho”, relata D’Elia. Normalmente, essa situação é progressiva. Por exemplo, um corredor pode, em um dia, sentir dor aos oito quilômetros de corrida. Em outro dia, passa a sentir aos seis quilômetros, até chegar o momento em que mesmo distâncias curtas desencadeiam esse tipo de sintoma intenso.

Como tratar joelho de corredor?

Identificou o sintoma de joelho de corredor na sua rotina de treino? A boa notícia é que a síndrome é tratável e, na maioria dos casos, é possível ser curada com apenas algumas restrições de volume e de intensidade de corrida. Porém, é importante ressaltar que o tratamento depende do grau do processo inflamatório e do nível da dor. "Em alguns casos, pode ocorrer a suspensão total de atividades esportivas do atleta”, afirma D’Elia. O uso de medicamentos, associados a estratégias na fisioterapia para auxiliar no controle da inflamação, também são medidas possíveis para controlar o processo inflamatório. Em outras situações, em que as opções iniciais não funcionam, a terapia de ondas de choque podem ajudar na cicatrização e regressão da inflamação.
É muito raro que o paciente acometido pela síndrome do trato iliotibial precise ser submetido a algum tipo de tratamento cirúrgico”, enfatiza o ortopedista.

Como prevenir a síndrome e manter a rotina de exercícios?

Lembra que um dos fatores que influenciam para o desenvolvimento da síndrome do trato iliotibial é aumentar a velocidade ou intensidade da corrida rapidamente? Uma das formas de prevenir a condição é, justamente, evitar a progressão rápida do treino, da quilometragem ou do tempo da corrida. A intensidade, tamanho ou duração da corrida deve ser aumentada de pouco em pouco por semana. Além disso, sempre tente aquecer um pouco antes da corrida, com uma caminhada de poucos metros. Resumindo: não vá com muita sede ao pote para não sofrer as consequências posteriormente. Além disso, D’Elia também recomenda praticar exercícios para o fortalecimento do core, da musculatura estabilizadora do quadril, do glúteo médio e mínimo. Dessa forma, é mais fácil evitar a oscilação da pelve durante a corrida, prevenindo a inflamação da banda iliotibial. Alongamentos dinâmicos para a região também são interessantes.

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