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Por: Pedro Lopes
Publicado em 29 de novembro de 2017
Foto: O2Corre
A banda paulista CPM 22 estourou nacionalmente em meados da década passada com sucessos como "Regina Let's Go", "Não Sei Viver Sem Ter Você" e "Um Minuto para o Fim do Mundo". Nos shows que o grupo faz pelo Brasil, quase tão frequentes quanto os pedidos pelos hits que fizeram a cabeça do público jovem nos anos 2000, são as ocasiões em que o baterista Ricardo Japinha é associado ao estereótipo do “roqueiro doidão”. “Como eu toco com bastante energia, os caras sempre acham que estou usando algum tipo de aditivo. Show sim, show não, se aproximam, tiram algo do bolso e perguntam: 'Você é doidão, né? Quer isso aqui?'.” As recusas são acompanhadas de uma breve descrição sobre um estilo de vida pouco comum no meio do rock. Japinha não bebe, não fuma, é ovolactovegetariano (de origem animal, ingere apenas ovo e leite) e gosta de correr. Os únicos “aditivos” que explicam sua vibração atrás dos tambores são a cafeína e os suplementos pré-treino. "Sem demagogia, todos sabem que esse estereótipo no meu meio é clássico. Faço questão de tentar quebrar essa imagem", conta o músico de 43 anos. A corrida entrou na vida do baterista ainda na adolescência, por meio de um professor de educação física que “parecia um carrasco”. Para que os alunos conseguissem a aprovação na disciplina, era preciso passar por um teste de Cooper, uma avaliação que verifica o nível de condicionamento físico, e correr durante 12 minutos. Além de um certo temor às vésperas do teste, o professor de estilo ditatorial conseguiu transmitir aos alunos o gosto pelo esporte. [leiamais] Mais do que uma ferramenta para manter a forma e proporcionar bem-estar, os treinos de até 7 km em parques paulistanos (Jardim das Perdizes, onde conversou com a reportagem da O2, Ibirapuera e Aclimação são os favoritos do músico) ajudam nos shows. "Quando você toca um instrumento, precisa estar com o cérebro oxigenado para coordenar os movimentos, sentir a música. A bateria dita o ritmo da banda. Você não pode acelerar nem atrasar muito. Se você está equilibrado fisica e mentalmente, seus movimentos ficam mais soltos. E a corrida me ajuda a melhorar essa capacidade pulmonar e muscular. Me faz um bem danado.”