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Por: Pedro Lopes
Publicado em 8 de agosto de 2017
Foto: O2Corre
Vida de árbitro de futebol não é nada fácil. Eles são vaiados, xingados por milhares de pessoas e têm a honra questionada constantemente. Uma falha por uma questão de centímetros toma proporções gigantescas. O fato de os erros não serem digeridos faz com que os árbitros se vejam na obrigação de ter um preparo físico cada vez melhor. Em uma partida de futebol, um árbitro pode correr mais do que um jogador. Estudos científicos feitos pelo fisiologista Turíbio Leite de Barros, que trabalhou no São Paulo Futebol Clube durante 25 anos, apontam que um atleta profissional corre entre 9 e 11 km por partida. A média de um árbitro da Federação Paulista de Futebol (FPF) é um pouco maior: gira entre 10 e 12 km. Mas há quem vá além. Na partida que deu ao Brasil a inédita medalha de ouro no futebol nos Jogos Olímpicos, contra a Alemanha, no ano passado, o árbitro iraniano Alireza Faghani rodou o equivalente a uma meia-maratona no gramado do Maracanã. Durante os 90 minutos, ele correu 14 km. Na prorrogação, antes dos pênaltis que selaram a conquista verde e amarela, percorreu outros 7 km em dois tempos de 15 minutos. A atuação de Faghani no Maracanã ficou conhecida entre outros árbitros como uma referência de desempenho. O iraniano completou uma quilometragem longa sem apresentar um desgaste físico alto, fator que diminui o nível de concentração e favorece o surgimento de erros nas marcações. "O físico interfere na parte mental. Bem condicionado, você está próximo ao lance e com os batimentos cardíacos equilibrados. Um árbitro mal condicionado chega ao lance com o batimento cardíaco alto e fica com a parte mental prejudicada. Por que os equívocos de arbitragem acontecem mais no final dos jogos? A atenção vai diminuindo. Quanto mais oxigenado o cérebro, maior a concentração", analisa Lucas Bellote, que apitou jogos da Série A-1 do Campeonato Paulista neste ano, trabalha como personal trainer e é sócio-proprietário da empresa de gestão esportiva Quality Ville. Os dois principais pilares para uma boa arbitragem são a proximidade e o ângulo. Para ter uma visão adequada dos lances, que varia de 5 a 15 metros de onde está a bola, os homens do apito investem no aprimoramento físico para acompanhar o ritmo de atletas cada vez mais fortes e resistentes. [leiamais]
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