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Por: Redação
Publicado em 3 de outubro de 2018
Foto: O2Corre
Correr sem roteiro, com variações de distância e em ritmos e direções diferentes. Essa foi a proposta do treinador de corrida sueco Gosta Holmér na década de 1930 para que seus atletas ganhassem velocidade e resistência. Nascia assim o fartlek, termo que, em sueco, remete a "brincar de correr" e "brincar com a velocidade".
A "brincadeira" de Holmér, na verdade, era coisa séria e influenciou várias gerações de bons corredores no mundo inteiro.
Neste treino, cabe ao corredor decidir em que momento vai apertar o passo ou diminuir sua velocidade, seja na subida ou na descida, no asfalto ou em gramados. O resultado é um treino mais dinâmico, divertido e que faz com que o corpo e a mente se adaptem ao inesperado.
"Correr sem roteiro traz a sensação de liberdade, mas os benefícios do fartlek não param por aí. Quando estamos 'travados', não baixamos tempos e não melhoramos em nada na corrida, precisamos trabalhar a resistência aeróbia e anaeróbia para voltar a evoluir. O fartlek se propõe a isso: quebrar a monotonia no corpo e na mente", aponta Rafael Reis, personal trainer e treinador do Volt Runners Team, comunidade vinculada ao Adidas Runners em São Paulo.
Variar os estímulos ajuda a romper com o quadro de estagnação de resultados que Reis aponta. Uma receita simples para quem ainda não têm familiaridade com o fartlek e está estacionado nos mesmos pace e distância é simplesmente se deixar levar pela música durante um treino.
"Você põe uma playlist e sai para correr. As músicas têm variação de ritmo e batidas diferentes. Quando entra um rock, você se empolga e acelera. Em uma música mais leve, diminui o ritmo. Tudo isso é feito sem estabelecer um critério fixo. Se você está correndo na rua, chega em um farol e vê que tem poucos segundos até o sinal vermelho aparecer, pode dar um tiro. No caminho até o próximo farol, pode ser a hora de correr em um ritmo mais leve. Dá para estipular muitas opções para que o atleta se sinta livre", ensina Reis.
Outro elemento trabalhado neste tipo de treino é a mudança de direção. Além dos estímulos à musculatura e às articulações, os treinos de deslocamento proporcionam força, coordenação, potência e agilidade.
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"O corredor precisa estar preparado para tudo. Em uma prova, ele pode encontrar um buraco pela frente ou desviar de um outro corredor mais lento. Isso envolve coordenação e raciocínio. Quem corre na rua tem uma tendência a estar mais preparado para essas situações, já que desvia de árvores, buracos e pedestres. A agilidade é fundamental para evitar torções e rompimentos de ligamentos", diz.
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