Publicidade
Publicidade
Por: Pedro Lopes
Publicado em 11 de novembro de 2022
Foto: O2Corre
"Nada é tão útil ao homem como a resolução de não ter pressa". Em um esporte em que muitos lutam contra o relógio, a frase do poeta norte-americano Henry David Thoreau pode soar contraditória, mas aponta para um caminho seguro na hora de traçar objetivos na corrida. Não pular etapas e entender como ir dos 10 km para a primeira meia-maratona é uma forma de evitar lesões, frustração e o desinteresse pela modalidade. Como os 10 e os 21 km são dois dos percursos mais populares nas provas, há quem desdenhe da transição entre as duas distâncias e se precipite na hora de fazer a inscrição para uma meia-maratona. Combater essa impaciência dos alunos é um dos desafios diários do treinador Darlan Duarte, da assessoria esportiva Pacefit. Ele recomenda que, antes de dar esse salto, o corredor se estabilize nos 10 km, fortaleça sua musculatura, ganhe mais velocidade, melhore seus tempos, treine distâncias intermediárias entre os dois trechos para, aí sim, disputar a primeira meia-maratona.
Com essa glamurização da meia-maratona e da maratona, parece que muitas pessoas começaram a correr ontem e já estão pensando em correr 21 km e 42 km. Não é por aí. O corredor precisa de lastro para fazer essa transição. A parte muscular precisa estar mais desenvolvida para dar esse salto", recomenda.Caso a transição seja precipitada, o corredor pode sentir os reflexos da impaciência em seu corpo. Duarte explica que as dores são “sinalizações de que o corpo não está se adaptando e não está absorvendo essa sobrecarga” provocada pelo maior trecho. A consolidação em cada uma das etapas da corrida representa um conjunto de avanços na parte muscular, na mente e no condicionamento físico. Sem esse progresso coletivo, aumentam os riscos de algo dar errado na meia-maratona, como não terminar a prova ou finalizá-la andando.
Os alunos têm muita empolgação. O que eu vejo na área dos treinadores é que, muitas vezes, mais vale o que você está ganhando do que o que está passando. Eu sou o chato da história. Sempre falo para os alunos: 'É isso que você quer?'. Tem que balancear tudo isso. O aluno pode ter capacidade [para correr uma meia], mas talvez não naquele momento, antes de cumprir algumas etapas."
Não é porque você entrou em uma equipe que já está pronto para correr distâncias maiores. É constante ver alunos acostumados a percursos mais longos dizendo 'se for para correr 10 km, eu nem saio de casa'. Isso acaba atingindo quem começou a correr há pouco tempo. Cada pessoa está em um momento de vida, em um estágio na corrida”, fala.
Publicidade
Publicidade