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Bursite no quadril: aprenda a evitar e tratar o problema

Adicionada em 15 de janeiro de 2019

A bursite no quadril é um problema que afeta uma grande parcela de pessoas sedentárias ou que permanecem sentadas por muito tempo. No entanto, também pode atingir corredores (maioria mulheres) e praticantes de atividades com movimentos repetitivos do quadril. 

O termo “bursite” consiste na inflamação da bursa, uma pequena bolsa de líquido que reduz o atrito entre duas articulações e facilita o movimento.

Quando está inflamada, a bursa não desempenha adequadamente o papel de reduzir esse atrito e ainda causa dor. Além da bursite no quadril, é muito comum desenvolver a inflamação em ombros, joelhos e cotovelos por serem articulações muito utilizadas.

Mas, afinal, por que a bursite no quadril faz mais vítimas mulheres? “A bursite no quadril, chamada formalmente de bursite trocantérica, atinge mais pessoas do sexo feminino por causa da biomecânica do quadril (entenda aqui), que é diferente da dos homens”, explica Christina May Moran, fisiatra e coordenadora do Centro de Reabilitação do Hospital Sírio-Libanês.

May Moran ressalta que, na maioria das vezes, não é apenas a bursa que está inflamada, mas toda a região ao seu redor, incluindo os tendões e os músculos do glúteo. Por isso que a dor normalmente não se limita ao quadril e irradia em outros locais próximos.

“Uma das principais prevenções da bursite no quadril é o alongamento”, explica a fisiatra. “Se o indivíduo treina, mas não trabalha o alongamento, a bursa pode ser espremida com a sobrecarga”.

Como prevenir e tratar a bursite no quadril

Se estiver sofrendo dores na região, consulte um médico ortopedista e evite supor um diagnóstico. Caso seja bursite no quadril, o tratamento inclui anti-inflamatórios e aplicação de compressa de gelo na região para alívio da dor. Vale também diminuir a sobrecarga dos treinos e até pará-los por um tempo.

A melhor forma, no entanto, é prevenir. Apesar de parecer clichê, cuidar da saúde e fazer exercícios com regularidade e orientação profissional são essenciais.

Também é importante respeitar os dias de descanso dos treinos para o corpo se recuperar adequadamente. “Manter uma dieta saudável e de acordo com suas necessidades é outro hábito para não sobrecarregar o organismo”, completa May Moran.

 

Recomendações específica para corredores

Corredores precisam ter mais atenção. Além destas dicas, o médico e acupunturista Marcus Yu Bin aconselha que é preciso identificar a raiz do problema para a dor não se tornar crônica.

“Muitas vezes, as pessoas que apresentam essa inflamação também têm outras condições que favorecem a doença, como uma diferença no comprimento entre as pernas, doenças na coluna lombar e artrose do joelho”, afirma Yu Bin.

A principal causa provém de treinos ou cargas em excesso. O corpo não se recupera como deveria e a pressão exercida diretamente nos tendões pode causar o problema ou piorar os sintomas.

“A bursite trocantérica é o segundo tipo de dor mais presente na região do quadril, causada na maioria das vezes por movimentos exagerados e repetitivos dos tendões, o que acontece na maioria das vezes com os corredores”, afirma Yu Bin.

 

 

Outro fator é o terreno onde se corre. “Correr em desnível lateral deixa um dos membros mais encurtados. Isso pode aumentar a sobrecarga nos tendões do quadril, prejudicando a passada e a estabilização da área, o que gera fricção contínua”, explica.

Para voltar a correr, mais cuidados: o atleta não pode sentir dor e o quadril não pode estar inchado. “O indivíduo deve ser capaz de dobrar e endireitar o quadril sem dor. Ele também deve conseguir correr em linha reta sem mancar e realizar cortes de 45 graus e 90 graus sem dificuldade”, reitera.

Fortalecimento e alongamento dos músculos do quadril são as principais formas de se recuperar da lesão. Além dos exercícios direcionados para a região, também é aconselhável praticar natação, ciclismo, jump, pilates e yoga.

*Fontes: Dra. Christina May Moran De Brito, fisiatra e coordenadora do Centro de Reabilitação do Hospital Sírio-Libanês; Felipe Goulart, profissional de Educação Física e membro do Conselho Regional de Educação Física (CREF1); Dr. Marcus Yu Bin Pai, fisiatra e médico especialista em Dor e Acupuntura.