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Por: Stephanie Calazans
Publicado em 5 de junho de 2025
Foto: O2Corre
Neste Artigo
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A balança na sua vida é uma aliada ou uma inimiga? Em uma sociedade que cultua e valoriza a magreza, só olhar para uma balança já pode causar angústia em muita gente. Mas a balança, por si só, não serve como medidor de muita coisa. Muito menos de saúde – o que, essencialmente, é o mais importante quando falamos de cuidados com o corpo.
Mas, de toda forma, podemos ressignificar esse equipamento polêmico. Em vez de dar a ela a função de apontar o dedo, é possível fazê-la jogar do seu lado.
Antes de mais nada, entenda a sua necessidade. É só perder peso? É ser uma pessoa mais saudável? É preparar o seu corpo para correr e superar limites? Seja qual for o objetivo, a balança sozinha nunca trará em seus números os resultados completos.
A balança ajuda a acompanhar tendências ao longo do tempo, mas o número sozinho não reflete a composição corporal. Perder gordura e ganhar músculo pode fazer o peso se manter estável, mas o corpo estará mais saudável e definido”, explica o Dr. Mauricio Mandim, educador físico e fisioterapeuta especializado em reabilitação e alta performance.
A nutricionista Karina Pimentel, do Grupo Maria Bussade, por sua vez, reforça que a balança é apenas uma ferramenta auxiliar e deve ser usada com moderação: “Ela fornece uma visão geral do peso total, mas pode não refletir mudanças significativas na composição corporal. Por isso, é importante utilizá-la em conjunto com outras métricas, como percentual de gordura, circunferência abdominal e a forma como as roupas vestem.”
Segundo ela, basear-se apenas nos números da balança pode ser enganoso.
O peso corporal inclui massa magra, massa gorda e água. Não revela a composição específica, nem indica se a pessoa está perdendo gordura ou massa muscular. Em casos de perda rápida sem acompanhamento profissional, há o risco de perder músculo, o que prejudica a saúde metabólica e dificulta a manutenção do peso no futuro.”
Assim, a balança pode sim ser uma ferramenta útil no processo de emagrecimento – seja por uma questão estética ou de saúde –, mas não deve ser a única referência. “Além de não trazer dados sobre composição corporal, níveis de gordura, hidratação e saúde no geral, o próprio peso corporal flutua ao longo do dia devido a diversos fatores, como retenção de líquidos, ganho de massa muscular e digestão”, complementa Mandim.
Para Karina, um sinal mais relevante do que o número na balança é o ajuste das roupas: “Sentir as roupas mais largas é um indicativo mais eficaz de perda de medidas e redução de gordura corporal. Monitorar a composição corporal, especialmente a porcentagem de gordura, é muito mais benéfico para avaliar o progresso.”
Então como a balança pode ser usada a nosso favor?
Trace suas metas – que devem ser realistas, para evitar frustração. Defina quais áreas da sua vida vão receber atenção e passar pelas mudanças necessárias. Com o acompanhamento de um profissional, estabeleça um objetivo e combine diferentes formas de medir o seu progresso. Entre elas, a balança: dê a ela a responsabilidade de te ajudar a manter o foco, a disciplina e a disposição.
Karina orienta ainda que se evite “ficar bitolado” com o número.
Adote uma abordagem equilibrada. Foque em metas de saúde e estilo de vida, e não apenas no peso. Use a balança como apenas um dos vários indicadores do seu progresso e evite se pesar todos os dias.”
Afinal, a balança não julga, não pune e nem dita regras: ela apenas mostra. Na prática, serve como um instrumento de alerta, que vem antes de a situação sair do controle. Pesar-se regularmente – mas não todo dia – é sobre atenção. Uma maneira simples e objetiva de monitorar pequenas variações que, acumuladas ao longo do tempo, podem indicar mudanças de hábitos, oscilações hormonais, retenção de líquidos, ou mesmo o início de problemas metabólicos.
Combinado com uma boa alimentação, exercícios físicos e exames de rotina, acompanhar o peso é importante para manter a consciência sobre o corpo e as escolhas.
A balança não é uma sentença. É um espelho numérico. E, como todo espelho, pode não mostrar o que queremos ver — mas mostra o que precisamos saber.
Como é a sua relação com a balança?
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