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Por: Redação
Publicado em 23 de setembro de 2025
Foto: O2Corre
Neste Artigo
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Por Larissa Bordalo, médica de família e comunidade, diretora da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.
A tecnologia nos trouxe mais conforto, mas, ao mesmo tempo, uma série de comodidades que abraçamos sem medida, substituindo tarefas ao simples aperto de um botão. Levantar para mudar o canal da tv, atender o telefone, aspirar a casa, cozinhar. Todas essas e outras tarefas diárias foram substituídas por equipamentos, aplicativos e sistemas que otimizam o tempo e trazem mais rapidez na realização.
Nós sentimos a praticidade no dia a dia e nosso corpo também. Antes, nós nos levantávamos várias vezes ao dia e, mesmo que sejam movimentos curtos, quando são diversos e feitos repetidas vezes, provocam movimentos e gastos de calorias. Hoje, passamos horas na frente do computador, pedimos fast food a um clique após um dia cheio de trabalho e nos perdemos navegando no feed, vendo a vida das pessoas acontecer, enquanto a nossa fica estagnada.
Mas o movimento do corpo é essencial para manter a nossa saúde. O controle de doenças crônicas como hipertensão e diabetes, que provocam sérios danos quando não identificadas e prevenidas, é indicado não só por meio de uma alimentação equilibrada, mas também a partir da prática de exercícios físicos leves e moderados.
As atividades físicas são amplas. Além da caminhada e do alongamento que não exigem investimento financeiro, existem parques públicos e unidades básicas de saúde espalhadas por todo o país que oferecem práticas para a comunidade do entorno.
E temos também a corrida. Amada por muitos, enquanto outros fogem literalmente, é um outro exemplo de esporte democrático. A corrida exige pouco: um tênis confortável, disposição e constância. Seus benefícios vão muito além da estética. Ela melhora a circulação sanguínea, fortalece o coração, aumenta a capacidade pulmonar; além de liberar endorfina – o hormônio responsável pela sensação de bem-estar, algo que anda em falta em tempos de tanto estresse e ansiedade.
Mais do que prevenir doenças, a atividade física é um ato de autocuidado. É um momento de pausa do mundo digital, de reconexão com o corpo e com o presente. Quando nos movimentamos, estamos dizendo para nós mesmos que nossa saúde importa, que nosso corpo merece atenção e respeito.
Infelizmente, o sedentarismo ainda é uma realidade para grande parte da população, seja por falta de tempo, por desinformação ou por não encontrar prazer em nenhuma prática. Mas é importante desconstruir a ideia de que se exercitar significa sofrer. A atividade física pode e deve ser prazerosa. Dançar, andar de bicicleta, brincar com os filhos no quintal, subir escadas em vez de usar o elevador: tudo isso conta.
O primeiro passo é o mais difícil, mas também o mais necessário. A saúde não espera, e o corpo cobra, cedo ou tarde, os hábitos que cultivamos. A tecnologia é uma aliada poderosa, mas não podemos deixar que ela substitua completamente o movimento que é essencial à vida. Que possamos usar os avanços a nosso favor, inclusive para nos lembrar de levantar da cadeira e cuidar de nós.
Porque no fim das contas, mais importante do que viver conectado, é viver com saúde.
Crédito da imagem: Freepik