Corrida de São Silvestre mudando uma vida

Diego Lopez
Adicionada em 12 de novembro de 2015
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Olá, galera “ativa do Ativo”! Tudo bem?
Ao longo desses 23 anos de profissão, um dos meus maiores legados profissionais foi acompanhar histórias verídicas (dos meus alunos) de transformações de vida através da prática esportiva. Muitas dessas histórias foram relatas por eles e arquivadas no meu baú da memória. Atualmente, posso dizer que tenho um bom acervo técnico e motivacional.

E, em tempos de verão chegando e de São Silvestre se aproximando, segue o relato do meu aluno Rodrigo Bota. Sem dúvida uma comprovação viva relatada a mim, 12 anos atrás, de que a prática esportiva regular da corrida proporciona uma enorme qualidade de vida. Confiram:

” Há milhares de exemplos de como a atividade física muda a vida de uma pessoa. Aí vai a história de como a CORRIDA mudou minha vida.

Agosto de 2003 – Tinha 29 anos, 12 quilos acima do peso, tratando de leve hipertensão arterial com remédios e levando uma vida totalmente sedentária. Era hora de mudar. Tomei a decisão de pegar firme na academia e começar a caminhar. Era daquelas pessoas que quando mais jovem praticava esporte e tinha consciência do seu benefício para a saúde, mas que por diversas razões tinha parado totalmente de me exercitar.

Quatro quilos mais magro, começo a ensaiar as primeiras corridas em janeiro de 2004. Lembro-me da primeira: modestos 2 km, sem andar nenhuma vez. Nesse período, conheci a  CORPORE. Inscrevi-me para o 6,5 km da abertura em março. Nunca tinha participado de um evento de corrida até porque nem sabia que existia esse tipo de trabalho em SP. Após terminar a prova — em cerca de 40 minutos –, eu pensei comigo mesmo: Que maravilha de sensação! Foi nesse dia que eu me desafiei: Vou correr a São Silvestre de 2004! Era um sonho tão distante, que algumas pessoas até davam risada quando ouviam eu falar. É impressionante a magia que essa prova desperta.

Depois da prova de abertura da Corpore comecei a trabalhar para conquistar o meu sonho. Livros, revistas, informação, testes de tênis adequado… eu queria saber tudo sobre corrida. Comecei a treinar sozinho, mas respeitando meus limites. Participei das principais provas: Abertura daCorpore, Exército, 10k Nike, Bombeiros, Centro Histórico, SP Classic, Gonzaguinha, Natal…

Os treinamentos começaram a fazer parte do meu dia a dia. Continuei a perder peso, melhorar meu condicionamento e minha qualidade de vida. Meus três treinos semanais passam a fazer parte da minha rotina de vida.

O sonho da São Silvestre começou a despontar no horizonte. Já em outubro eu tinha certeza que iria conseguir. Na SP Classic, corri os 10 km para fazer tempo (quem diria) , o meu melhor na distância. Corri a prova tão concentrado que nem percebia o que acontecia ao meu redor.

Dezembro 2004 – O mês começou com uma notícia maravilhosa: na consulta de rotina com meu cardiologista decidimos fazer um teste suspendendo o remédio contra a hipertensão. Após exames, para minha grata surpresa, eu poderia suspender o remédio graças à prática da corrida. Sai do INCOR, em SP, com lágrimas nos olhos. Minha dedicação ao esporte fez minha pressão se normalizar. A CORRIDA era meu remédio.

Supermotivado para correr, participei da prova Gonzaguinha e a terminei muito bem. Fiz também o percurso da prova da São Silvestre, 15 dias antes da prova. Estava tão focado no meu objetivo que passei a cuidar de cada detalhe. Alimentação, treinos, bom senso nas festas de comemoração de final de ano e principalmente na ceia de Natal. Afinal de contas, não poderia botar todo o trabalho de um ano a perder.

31 dezembro 2004 – Lá estava eu em frente ao MASP aguardando a largada. Eu fechava os olhos para poder acreditar que iria iniciar uma São Silvestre. A prova foi dura, muito calor… senti vontade de parar na subida da Brigadeiro, mas resisti. Quando cheguei à Paulista e vi a chegada, as lágrimas começam a saltar dos olhos. Eu tinha conseguido terminar uma São Silvestre! Meus pais, minha esposa e meu irmão estavam na chegada me apoiando e naquele momento eu me senti um verdadeiro campeão.Uma sensação maravilhosa invadiu meu corpo. Posso dizer que foi a melhor passagem de ano que tive em toda minha vida.
Humildade, disciplina e saúde foram coisas que a corrida me proporcionou. Aprendi a adorar esse esporte e devo a ele uma fantástica mudança de vida.

As corridas com certeza irão prosseguir. Na empresa onde trabalho, conseguimos montar um grupo de corrida. Não posso deixar de agradecer ao Diego Lopez, que me orientou na última semana antes da prova. Segui todas as dicas que, com certeza, me ajudaram bastante na hora da prova. Agradeço também à Corpore pelo belíssimo trabalho que realiza proporcionando a divulgação e realização da corrida para o público em geral.

Rodrigo Bota – Integrante da Equipe Trilopez desde dezembro de 2004.

Diego Lopez

Diego Lopez

Diretor-técnico da Trilopez Assessoria Esportiva, é formado em educação física com pós-graduação em treinamento desportivo, e desde 1995 trabalha com atletas de natação, corrida e ciclismo. Em 1999, foi considerado um dos melhores treinadores de corrida de São Paulo. Como técnico de triathlon, treinou vários atletas de ponta, entre campeões estaduais, nacionais e integrantes da seleção brasileira.

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