Deixe o cronômetro em casa

Harry Thomas Jr
Adicionada em 11 de dezembro de 2017
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No primeiro mês do período de base uma regrinha pessoal que trago é não me preocupar com tempo. A planilha pede que eu corra uma hora, então vejo o horário do início do treino e sigo minha percepção de espaço-tempo.

Nesta ‘base 1’ o tempo intermediário (passagens, pace, etc.) não é importante. O que conta é o tempo entre o início e fim do treino. Para surtir efeito total deixo o cronômetro em casa. Como estou sempre em posse do celular (levo nessas cintas ‘belts’) é por lá que balizo o tempo transcorrido de corrida.

A função do período base, e ainda mais no primeiro mês, é ganhar volume, rodagem, capacidade aeróbica, sem se preocupar com o tempo. Esqueça distância. Foque no tempo transcorrido em sua totalidade, que seja uma ou duas horas, ou mais ou menos.

Um grande treinador dizia que se você não consegue tirar os olhos do cronômetro, deveria então cobrir o visor com alguma fita ou esparadrapo. Deixando o gadget em casa você também aproveita para tirar a marquinha da pulseira deixada em seu pulso pelos 11 meses de uso incessante.

Correr sem controlar tempo intermediário serve para aliviar a mente do stress que a busca frenética por ‘pace’ e seus registros nos impõem.

Enfim, correr sem ser escravo do cronômetro lhe trará o prazer intrínseco do puro ato de correr. Como se vê, deixar às vezes seu cronômetro de lado faz bem para o corpo, para a mente e para a alma.

Harry Thomas Jr

Harry Thomas Jr

Jornalista especializado em corridas de rua desde 1999, Harry competiu pela primeira vez em 1994 e desde então já completou 31 maratonas – sendo três sub 3 horas: São Paulo (2h59min30), Nova York (2h58min20) e Blumenau (2h58min10). Também concluiu seis Ultratrails: 60K Ultratrail Putaendo, 67K Ultratrail Torres del Paine, 50K Indomit Costa Esmeralda e os 50K Ultra Fiord por três vezes. Já correu em países como Argentina, Chile, Estados Unidos, Grécia e Japão.

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