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Atualizado em 14 de novembro de 2025

Foto: O2Corre
Neste Artigo
Entre corredores, a suplementação costuma gerar dúvidas: afinal, em que momento ela é realmente necessária? Apesar de muitas vezes ser vista como um atalho para melhorar o desempenho, a suplementação só deve entrar em cena quando a alimentação de base já não dá conta das demandas do treino.
O primeiro sinal de alerta é a dificuldade em cobrir as necessidades nutricionais apenas com comida. Treinos em horários apertados, aumento do volume de corrida ou restrições alimentares podem tornar o planejamento alimentar insuficiente. Nesse cenário, suplementos podem ser aliados estratégicos — mas sempre de forma individualizada.
Outro ponto essencial é o acompanhamento de exames laboratoriais. Deficiências de ferro, vitamina D ou B12, por exemplo, são relativamente comuns em corredores. Quando confirmadas, a suplementação é fundamental para corrigir a carência e preservar tanto a saúde quanto a performance. Vários estudos demonstram que atletas com ferritina baixa — mesmo sem anemia — podem experimentar melhorias no desempenho aeróbico após suplementação com ferro (ex.: tempo em prova, limiar de lactato).
Existem ainda situações específicas em que o uso é prático e eficaz. Durante treinos ou provas acima de 90 minutos, o consumo de carboidratos em gel ou bebidas esportivas é recomendado para manutenção da energia. Já a proteína em pó pode ajudar no pós-treino quando não há acesso imediato a uma refeição adequada.
Alguns suplementos contam com evidência científica mais robusta. A cafeína está associada a maior foco e resistência. A creatina auxilia principalmente em treinos de força, mas não mostra o mesmo impacto direto em provas longas de corrida. Os nitratos (como a beterraba em pó ou suco) também aparecem em pesquisas como potenciais aliados na economia de corrida.
Por outro lado, nem tudo que parece saudável realmente ajuda. O uso indiscriminado de antioxidantes em altas doses pode atrapalhar adaptações importantes do organismo ao treino, reduzindo ganhos de resistência.
O mais importante é lembrar: suplemento não substitui comida. Ele deve ser visto como complemento, e não como ponto de partida. A decisão de começar deve ser tomada junto a um profissional de saúde, considerando rotina de treinos, alimentação, exames e objetivos pessoais.
Em resumo, a suplementação faz sentido quando existe uma necessidade real: seja para corrigir deficiências, atender demandas específicas do treino ou facilitar a recuperação. Mais do que seguir modismos, a chave é respeitar a individualidade e buscar orientação qualificada. Não consuma nada por conta própria.
Imagem: Freepik