Me lesionei. E agora?

Harry Thomas Jr
Adicionada em 30 de março de 2016

Pode ser a mais comum de todas as lesões: a torção de tornozelo. Pode ser aquela dor da fascite plantar. Pode ser aquela dor e queimação no osso de uma fratura por stress. Não importa o diagnóstico, embora não sendo regra, a lesão um dia aparece na vida do corredor que leva o esporte como estilo de vida. Afinal, são milhares de quilômetros percorridos e a corrida é um esporte que vai desgastando as articulações com o passar dos anos.

Enfim ela chega. A minha primeira lesão chegou depois de 15 anos de corrida contínua. Foi uma fratura por stress no metatarso do pé esquerdo. Ela me levou a ficar de molho por exatos seis meses, sem correr um mísero quilometro. Para quem tem a corrida aliada do seu dia-a-dia, é um baque forte.

A primeira coisa que devemos fazer é parar imediatamente de correr. Procurar um profissional médico competente, em sua maioria um ortopedista, se possível com especialização em medicina esportiva. Seguir o tratamento, e depois caso seja o recomendado, fazer as seções de fisioterapia solicitadas.

Mas para muitos isso torna-se um verdadeiro martírio. Ver os amigos treinando, postando suas medalhas nas Redes Sociais, e em muitos casos cometem um erro primário. Voltam a correr sem a alta médica e como consequência agravando ainda mais a lesão que pode virar uma lesão crônica.

Desenvolvi um ‘enganador de lesão’ nesses seis meses que fiquei parado. Cansado de não fazer nada e ver todos correndo, eu ia ao parque vestido de corredor e todo paramentado. Lá procurava meus amigos de equipe e com eles ficava. Também andava (pois isso era permitido) e fazia meu treino andando, um trekking vigoroso. Ou seja, fazia tudo normalmente, só não praticava a corrida em si.

Nos domingos ia nas provas – igualmente paramentado – só que ao invés de correr, ia incentivar meus amigos no quilômetro final. Dar aquele grito “Vamos lá!”, “Falta pouco!”…

Era minha corrida sem correr. E lhe garanto, caro leitor, faz um bem danado para quem não pode correr por estar lesionado.

Harry Thomas Jr

Harry Thomas Jr

Jornalista especializado em corridas de rua desde 1999, Harry competiu pela primeira vez em 1994 e desde então já completou 31 maratonas – sendo três sub 3 horas: São Paulo (2h59min30), Nova York (2h58min20) e Blumenau (2h58min10). Também concluiu seis Ultratrails: 60K Ultratrail Putaendo, 67K Ultratrail Torres del Paine, 50K Indomit Costa Esmeralda e os 50K Ultra Fiord por três vezes. Já correu em países como Argentina, Chile, Estados Unidos, Grécia e Japão.

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