Treinar para a Maratona de Boston pode mudar sua vida

Anita Moraes
Adicionada em 28 de junho de 2019
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Correr uma maratona é um desafio e tanto, mas correr uma maratona para adquirir a qualificação para a Maratona de Boston é um desafio maior ainda. E não apenas pelo tempo necessário para se classificar no seu grupo etário, mas pelo processo todo que pode ter fracassos e desilusões.

Todos sabem que para tentar a participação na Maratona de Boston devemos ter um tempo em outra maratona que tenha validade como “Boston Qualify” dentro de um intervalo de tempo de um ano até a data de abertura das aplicações (geralmente a segunda quinzena de setembro). Esse tempo varia de acordo com a faixa etária do atleta.

Índices para a Maratona de Boston de 2020

18 a 34 anos

Masculino

3h00min

Feminino

3h30min

35 a 39 anos

Masculino

3h05min

Feminino

3h35min

40 a 44 anos

Masculino

3h10min

Feminino

3h40min

45 a 49 anos

Masculino

3h20min

Feminino

3h50min

50 a 54 anos

Masculino

3h25min

Feminino

3h55min

55 a 59 anos

Masculino

3h35min

Feminino

4h05min

60 a 64 anos

Masculino

3h50min

Feminino

4h20min

65 a 69 anos

Masculino

4h05min

Feminino

4h35min

70 a 74 anos

Masculino

4h20min

Feminino

4h50min

75 a 79 anos

Masculino

4h35min

Feminino

5h05min

80 anos ou mais

Masculino

4h50min

Feminino

5h25min

Porém, atingir a marca limite de tempo do seu grupo etário não lhe garante a confirmação de entrada na prova. A cada ano, os corredores têm melhorado suas performances e o volume de aplicações nos dois primeiros dias, destinados a quem tem tempo mais de 10 minutos mais rápido do que o necessário, tem aumentado gradativamente. Só estes dois dias já preenchem quase 50% das vagas disponíveis.

Até por isso, a organização da Maratona de Boston diminuiu 5 minutos do tempo de cada faixa de idade para a prova de 2020.

A conquista de uma chance para participar da “senhora” Maratona tem se tornado um desafio de muitos corredores e onde passar por este processo se tornou uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e autoconhecimento.

E por quê?

Assim como todas as situações da vida nos ensinam algo, o esporte não ficaria fora dessa. Treinar forte, sair da zona de conforto, mudar estratégias e se adaptar às novas rotinas que serão necessárias nos transforma.

Nem sempre um treino sai conforme o programado, nem sempre acordamos sem dor alguma, nem sempre completamos um treino longo pelo cansaço ou então a cabeça comandou e te fez parar, e muitas outras situações.

É um crescimento diário, um novo aprendizado, uma nova falha e, se quiser continuar nessa busca, você precisará se levantar para tentar mais uma vez, mais uma vez e mais uma vez. Quantas vezes forem necessárias.

Também é possível que você tenha um ciclo muito bom para uma maratona em que buscará a qualificação e no dia da prova não sair como gostaria, e como resultado a qualificação não vem.

Portanto, sentimentos de frustração, desânimo, desespero e desistência virão, e poderão tomar conta de você por algum tempo.

Isso faz parte do processo de crescimento, acreditem! Perder faz muito bem quando queremos ganhar. O perder te permite observar novas possibilidades; saber lidar com as emoções que virão e nos bombardeiam; nos permite criar novas estratégias; e o melhor de tudo, nos revive. Nos enche de energia para começar tudo de novo, quantas vezes a vida quiser que recomecemos.

Um bom exercício para este período é se reconectar com o seu propósito original de correr uma maratona ou a Maratona de Boston. E se pergunte: “por que quero correr lá?”, “o que preciso mostrar/provar para mim com tudo isso?”, ou “quem quero impressionar?” e por aí vai. Cada um sabe a origem do seu propósito e a motivação que lhe trouxe força para pelo menos tentar, nem que seja uma única vez.

A corrida é muito democrática por permitir que todos possam “concorrer”, todos possam participar do desafio. Ela é aberta e livre.

Porém, em alguns desafios da vida como a Maratona de Boston, ou um novo emprego, ou um relacionamento com uma nova pessoa, ou uma promoção e aumento de salário, ou um concurso público, você será medido pelo merecimento.

Aquele que se preparou mais, se esforçou mais, estudou mais, treinou mais terá vantagem em relação àquele que não saiu da cama.

E isso é ruim?

Para muitos, sim. Muitas pessoas se sentem injustiçadas ou discriminadas por não conseguirem seus índices e optam por comprar a inscrição em agências ou pela caridade.

E tudo bem você se sentir bem assim, podemos não compartilhar de todas as regras que a sociedade a qual estamos inseridos sugere como medida de meritocracia. Mas elas estão aí, fazem parte da nossa realidade.

Vocês entendem agora como treinar para a Maratona de Boston pode ser uma grande mudança na sua vida? São muitos ensinamentos, muitas possibilidades, muitos fracassos, mas muitos crescimentos e amadurecimentos.

Aproveite cada ciclo, viva como se esse fosse o ciclo da sua “oportunidade Boston”. Dê o seu melhor, falhe quantas vezes forem necessárias, mas nunca desanime. Pois na sua falha um novo eu, mais forte, nasce e com a capacidade de transformar todo um planeta.

Bom ciclo a todos e rumo a Boston!

Anita Moraes

Anita Moraes

Mãe da Laura, corredora, engenheira, happiness e health coach e dona do perfil no Instagram @anita_pelomundo. Assim como tudo o que faz na vida, tem uma sede grande por autoconhecimento e busca utilizar de todas as experiências da vida (positivas e negativas) como grandes oportunidades para crescimento. Portanto, a corrida, que é sua paixão, não ficaria fora desse perfil. Correr para ela é pele, é sensação, é arrepio.

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