Publicidade

Publicidade

Ai, que dor forte nas cadeiras

Por: Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2015

Ai, que dor forte nas cadeiras

Foto: O2Corre

Por Anna Ligia Machado Assim como entre os homens os joelhos e o tendão de Aquiles estão entre as articulações do corpo que mais sofrem com a corrida, entre as mulheres a preocupação principal é com os quadris. Uma pesquisa entre corredores amadores revelou que 10% das mulheres sofrem lesões na região da bacia, contra apenas 4% dos homens. “Isso acontece porque as mulheres possuem a pelve ligeiramente mais larga do que a dos homens. E isso implica algumas consequências específicas”, explica André Wever, médico assistente do Grupo de Patologias do Quadril Adulto da Unifesp, ortopedista da Taktos Medicina Esportiva e membro da Sociedade Brasileira de Quadril. Um dos problemas que essa fragilidade maior nos quadris pode provocar, segundo o especialista, é o aumento do atrito entre o trocânter maior do fêmur (proeminência óssea lateral da bacia) e as regiões moles que ficam em contato direto com essa estrutura. Isso pode gerar uma inflamação conhecida como bursite trocantérica, também chamada de síndrome da dor lateral no quadril. A atleta, então, pode sentir dores ou estalos tanto durante as corridas como ao subir escadas ou deitar de lado. Isso ocorre especialmente quando não se tomam os devidos cuidados nos trabalhos de alongamento e fortalecimento muscular com a região da bacia — sim, um bom alongamento antes e depois dos treinos e das provas pode ajudar a evitar esse tipo de lesão. Por isso, o tratamento inclui o reforço da musculatura glútea e o alongamento da banda iliotibial, além de algumas sessões de fisioterapia e, em alguns casos, o uso de anti-inflamatórios. Quem explica é o ortopedista Henrique Cabrita, do Instituto Vita e do Hospital das Clínicas da USP. De acordo com o especialista, em função dessa especificidade física, as mulheres também podem desenvolver osteoporose (doença que se caracteriza pela perda óssea) e displasia (falta de cobertura óssea da cabeça do fêmur), complicações que, por sua vez, podem levar ao desgaste, gerando um quadro de artrose. Quadril de corredora Se o corpo da mulher já está mais sujeito, naturalmente, a ter problemas no quadril, a atividade física praticada pelas corredoras pode aumentar ainda mais as probabilidades de lesão. “Caso a musculatura não esteja suficientemente preparada para a corrida, ou a progressão da quilometragem seja inadequada, o quadril da atleta será o local de sobrecarga”, esclarece o dr. Henrique. O quadro pode ser piorado com a escolha de tênis inadequados e uma postura errada. Um dos problemas mais comuns entre as atletas é a tendinite iliotibial. “Isso porque essa estrutura é tracionada toda vez que se encosta o calcanhar no chão ou quando se flexiona muito o quadril, como nos exercícios de subida de escadas”, observa o ortopedista do Instituto Vita. Mais comum entre as mulheres que correm longas distâncias, a dor localiza-se do lado de fora do quadril e geralmente é mais forte no início da corrida. Ela tende a diminuir depois do aquecimento, mas volta a incomodar minutos depois do final do exercício. O tratamento mescla repouso relativo (diminuir o ritmo e a inclinação do terreno das corridas, evitando subidas e descidas) com sessões de fisioterapia, alongamento da fáscia lata (músculo da articulação do quadril) e trabalho de reforço da musculatura. Nem sempre, porém, é fácil detectar a dor provocada por lesões nos quadris. Isso porque ela pode se irradiar para outras regiões do corpo. Uma dor no joelho, por exemplo, pode ser reflexo de um problema na bacia, assim como uma fisgada no glúteo, dificuldades para andar e incômodos na virilha. Na dúvida, consulte um especialista, que vai solicitar uma radiografia da bacia. Proteja os quadris Exercícios de alongamento antes e, principalmente, depois da corrida ajudam a prevenir lesões no quadril. Para estabilização da bacia, é indicado o fortalecimento do core – região que compreende o quadril, áreas pélvica, abdome e lombar – e dos músculos glúteos. Na academia, ao utilizar o leg press e as cadeiras adutora e abdutora é necessário respeitar a amplitude, cargas e repetições adequadas. O mesmo vale para os agachamentos. Sempre aumente o volume e a intensidade da corrida progressivamente. Use sempre tênis adequados para seu tipo de pisada e com bom amortecimento. Evite treinar em locais com descidas e subidas acentuadas. Além de ser mais prazeroso, correr no plano evita lesões. (Matéria publicada na Revista O2 – edição #106 – fevereiro de 2014)

Leia a seguir:Três gigantes internacionais agitam o fim de semana
Reprodução/Mega Finisher
Maratonas

Três gigantes internacionais agitam o fim de semana

Publicidade

Publicidade