Treino com baixa umidade

Adicionada em 10 de outubro de 2007
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Por Odara Gallo

Além do calor desconcertante, o ar parece queimar as narinas. O suor nem chega a molhar a pele e já é evaporado ou desviado pelo corpo para suprir as reservar de água. A sensação de cansaço chega mais rápido do que deveria e sua resistência parece não ser mais a mesma. Essas são algumas das conseqüências de treinar com o tempo excessivamente seco. Em algumas cidades como São Paulo e Brasília, os corredores sofrem muito com essas condições climáticas e uma adaptação na rotina de treinos é necessária.

Rodrigo Albuquerque, professor de Educação Física pós-graduado em Treinamento Desportivo pala Universidade de Brasília e sócio-proprietário da Ápice Treinamento Multiesportivo, de Brasília, separou algumas dicas para o corredor fugir dos malefícios do tempo seco.

Local e horário certo

Transferir o treino para um horário mais cedo pode ser uma boa alternativa para aproveitar a umidade da noite e não sofrer com o calor. Segundo o treinador, o período entre 5h e 7h é o ideal para se exercitar com esse tipo de clima.

Para aquele corredor que não consegue acordar mais cedo para treinar na rua, correr na esteira é uma opção prática e segura para a atividade física. Isso porque o atleta terá a hidratação muito mais facilitada do que em um local aberto, ou seja, não terá dificuldade para carregar a garrafa de água ou isotônico, e ficará mais protegido do sol e do calor. “A pista também é uma ótima opção para essa época do ano, pois a hidratação e o acompanhamento do treinador ficam mais próximos. Além dos parques e bosques, que oferecem sombra”, disse Rodrigo Albuquerque.

O que vestir

A escolha de o que vestir também faz diferença quando se treina com o tempo muito seco. O suor, além de eliminar água e sais minerais, tem a função de regular a temperatura corporal. Afinal, não existe nada mais refrescante do que tomar um ventinho com a pele molhada para refrescar. Com o tempo seco, o corpo tende a absorver todo tipo de líquido para se hidratar e a sudorese fica comprometida. Por isso, escolha roupas ainda mais leves para facilitar a regulagem da temperatura do corporal.

O que beber

Como a hidratação deve ser redobrada com o clima desfavorável, vale utilizar acessórios para facilitar na hora de beber água e isotônico no meio do percurso do treino. “As mochilas de hidratação vêm sendo muito utilizadas pelos corredores. Elas são anatômicas, não atrapalham na corrida e conservam a temperatura do líquido”, indicou o técnico.

Mudança na planilha

É claro que qualquer mudança no treinamento deve ser analisada e discutida com o seu treinador, mas vale considerar diminuir o volume e aumentar a intensidade. “Quando podemos optar por modificar as variáveis do treino, costumamos reduzir em 20% o volume semanal e dar maior prioridade aos treinos curtos de intensidade maior”, explicou o treinador. “Podemos ainda cuidar melhor da parte técnica e dar ênfase aos exercícios educativos, de flexibilidade e os funcionais”, completou.

Respire bem

Os atletas que têm problemas respiratórios devem ter um cuidado ainda maior com os treinos nessa época do ano. Algumas atitudes durante o dia podem fazer a diferença na hora da corrida:

  • Evite locais com ar-condicionado. Esses aparelhos deixam o ar ainda mais seco e podem dificultar a respiração;
  • Umedeça as narinas com soro fisiológico durante o dia. Hidratar os tecidos do nariz ajuda a evitar o desconforto causado pelo tempo seco;
  • Nos treinos, procure realizar uma respiração correta, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Isso porque a baixa umidade deixa o ar ainda mais poluído e, como o nariz é um filtro natural do ar que entra no corpo, respirar pela boca faz com que o atleta leve mais sujeira para dentro.