Confiança no treinador, no treinamento e em você mesmo

Arthur Borelli
Adicionada em 13 de fevereiro de 2017
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É natural que você conviva, ao longo dos treinamentos, com outros atletas que tenham desafios parecidos com o seu, afinal, as rotinas já se assemelham. Mesmo que sejam equipes diferentes, os desafios acabam unindo ainda mais os atletas e aí surge um ponto de séria atenção, no meu ponto de vista. Como seguir firme sua rotina de treinos, planilha e periodização sendo que seu(s) amigo(s) está(ão) fazendo algo diferente, com o mesmo objetivo final?

Querem um exemplo que realmente “pega”? Você está se preparando para uma maratona, sai para fazer seu treino de corrida com 9 km com alguns estímulos durante esta rodagem. Durante o treino, você encontra um amigo que vai para a mesma prova fazendo 25 km em ritmo de prova. Não é preciso nada mais para que um ponto de interrogação gigante te acompanhe não só durante o seu treino, mas pela semana toda. Será que estou treinando pouco? Por que ele tem tanto volume a mais? Com isso, surge o questionamento se seu treinador é fraco ou então que não dá a devida atenção ao seu desafio.

Antes de iniciar minha visão sobre esse cenário, vale reforçar que é um posicionamento completamente pessoal e que não sou educador físico. Tudo que sempre escrevo conta com uma percepção de tudo que observo, aprendo e estudo nesses anos que tenho no esporte, ok?

Vamos lá. Como já disse em uma publicação anterior, tudo parte exclusivamente do próprio atleta. A confiança tem início no momento em que ele escolhe superar determinado desafio, competir em uma prova X ou Y. Se esse ponto inicial não estiver completamente alinhado, nada mais faz sentido.

O segundo ponto é a confiança que você tem em seu treinador. Eu não sou um atleta que busca entender minimamente cada detalhe do treinamento, equipamentos e etc… Eu realmente prefiro deixar isso nas mãos de quem me prepara e foco exclusivamente em dar o meu melhor, em cada série de treinamentos.

 

 

Com todos os treinadores que tive o prazer e a honra de treinar, tive uma conversa inicial deixando claro meus objetivos e esse meu posicionamento. Um único ponto que procurei entender (sim, eu já passei por esse cenário de insegurança algumas vezes ao longo desses 7 anos de triathlon, corrida, trail run e etc.) foi o porquê dessas diferenças de treinamentos para um mesmo objetivo. As respostas são até óbvias. Seguem quatro pontos que evidenciam isso:

1. Você não é igual ao seu amigo. Não tem a mesma rotina de vida, nem o mesmo histórico na modalidade, estrutura muscular, física e até mental;

2. Existem várias linhas de treinamento. Alguns atletas gostam e suportam bem uma rotina de treinos com menor volume e intensidade alta; outros preferem e se adaptam a altos volumes com menor intensidade. Enfim: sinceramente, não faço ideia se existe uma melhor que a outra, mas são linhas e todas devem ser respeitadas;

3. Qualquer insegurança deve ser compartilhada com seu treinador imediatamente. Talvez essas situações permitam adaptações super positivas na sua periodização, mas somente ele poderá tomar tal atitude (desde que tenha ciência, obviamente);

4. Fazer qualquer adaptação no seu treinamento sem o devido alinhamento irá, no mínimo, prejudicar seu rendimento. Não há necessidade nem de citar questões como lesões e outros riscos que envolvem tal atitude.

Por fim, como em qualquer outro relacionamento (profissional, pessoal e etc.), é fundamental que haja transparência sempre e, aqui, é com seu treinador. Somente assim, em sintonia, qualquer periodização terá real sentido e efeito.

Um forte abraço e até a próxima!

Arthur Borelli

Arthur Borelli

Empresário e atleta amador, Borelli direcionou sua vida profissional e pessoal para o esporte e garante que foi a melhor escolha que fez na vida. Atualmente, transita entre maratonas, corridas de montanha e triathlon. Movido por desafios, busca provas cada vez mais singulares, longas e em lugares diferentes. Tudo isso para conectar seus dois grandes prazeres: competir e viajar!

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