Em que tipo de rede social você está inserido?

Anita Moraes
Adicionada em 09 de maio de 2019
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As redes sociais foram uma das maiores criações que tivemos em nossa sociedade. São canais poderosíssimos capazes de criar comunicações e conexões que até então nos eram inimagináveis.

Há muita coisa boa nas redes sociais, conteúdo de qualidade, instrutivo e acessível a todos os níveis sociais. Porém, há também muito conteúdo inadequado e pessoas incapazes de gerenciar este tipo de conexão.

E por que incapazes?

Costumo dizer que a rede social por si não é ruim, ela por si só não é capaz de produzir conteúdo, ela não possui a mente criativa, a capacidade de múltiplas interpretações e opiniões. Tudo isso depende de um agente de comando, que neste caso sempre será o ser humano.

Ao mesmo tempo que as redes sociais cresceram em variedades e números, elas trouxeram à tona uma parte da sociedade que classifico como doente.

Existe dois tipos de doenças: as físicas, que estão em nosso corpo, e as de caráter. E essas geralmente não deixam cicatrizes aparentes, pois estão dentro de cada indivíduo de forma bastante mascarada.

Ter uma doença de caráter é muito pior que ter uma doença física. Dependendo do grau da doença, torna a pessoa capaz de grandes atrocidades, nos seus mais variados tipos de ataques. E nosso mundo esportivo não está imune a esse tipo de comportamento.

Nas redes sociais, as pessoas optaram em compartilhar seus melhores momentos, suas melhores fotos, seus melhores ângulos, suas melhores provas, conquistas e sonhos. É uma plataforma que tem por objetivo compartilhar algo positivo, motivador, estimulante, bacana de ser observado.

E quando fazemos este compartilhamento, há um grupo, digamos crescente, satisfeito em depreciar esta imagem, insultar, caluniar, difamar, promover julgamentos de conotação sexual, racial e de gênero.

Este tipo de violência virtual ocorre com todos, homens e mulheres, porém o número de ataques direcionados às mulheres são crescentes. Sugiro você fazer uma pesquisa rápida nos comentários de um homem muito bonito que postou uma foto na praia com uma sunga branca, todo malhado e de uma mulher linda, com um biquíni ou roupa branca nesta mesma praia.

Verifique a “qualidade” dos comentários e faça um pequeno levantamento dos comentários de conotação sexual e abusivos na foto do homem e da mulher.

Há ainda uma visão muito machista na nossa sociedade. Por mais que milhares de pessoas não se classifiquem assim, compartilham a ideia de que a mulher é uma figura sexual e qualquer comportamento que quebra essa regra gera injúrias, calúnias e ofensas virtuais.

Cá entre nós, esses agressores são belos covardes por se esconderem atrás de perfis sociais e muitas vezes até falsos – e acreditem, muitas mulheres gerenciam estas contas para atacarem outras mulheres.

Mas como se comportar diante de uma sociedade em que há tantos doentes de caráter?

Se isolar?

Não divulgar uma foto de seu agrado?

Responder a estes comentários?

Bloquear estes perfis?

A verdade é que não existem muitas regras daquilo que deve ser feito. Pense no transtorno que você pode ter se tiver que sair bloqueando todo mundo, respondendo a todos os comentários abusivos ou deixar de compartilhar momentos agradáveis, ou até parar de tirar fotos?

Seria um enorme transtorno e uma grande mudança do seu caráter como forma de valorização de comportamentos doentes como mencionamos até agora.

O ponto mais importante disso tudo é você estar bem com você mesmo, curtir sua rede social, suas fotos, estar em paz com aquilo que deseja compartilhar, ter ciência de que não iremos agradar a todos.

Entretanto, posso continuar dando a minha contribuição, a minha parte, pois isso me deixa em equilíbrio e em paz.

Pessoas doentes de caráter não deixarão de existir num estalar dos dedos. Muita mudança em nossa sociedade será necessária, iniciando pela nossa própria contribuição em:

  • Denunciar perfis abusivos;
  • Alertar amigos, familiares e parceiros para explicarem o quanto isso é desagradável caso virem ou ouvirem alguém com esse comportamento.
  • Se defender, impondo seu limite na sua própria rede social. Não permita ser ofendido;
  • Não praticar este tipo de desajuste social;
  • Educar pessoas e crianças a lidarem com o respeito ao próximo e com a capacidade de conviver com as mais variadas formas de expressão das pessoas com o máximo de respeito e limite.

São pequenas ações, inicialmente praticadas por nós, que serão capazes de mudar, aos poucos, este comportamento doentio em nossas redes sociais.

Seja mais humano!

Anita Moraes

Anita Moraes

Mãe da Laura, corredora, engenheira, happiness e health coach e dona do perfil no Instagram @anita_pelomundo. Assim como tudo o que faz na vida, tem uma sede grande por autoconhecimento e busca utilizar de todas as experiências da vida (positivas e negativas) como grandes oportunidades para crescimento. Portanto, a corrida, que é sua paixão, não ficaria fora desse perfil. Correr para ela é pele, é sensação, é arrepio.

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