VKTRY palmilha de carbono: não vale o investimento

Rodrigo Roehniss
Adicionada em 28 de março de 2019
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Logo que conheci a palmilha de carbono através do Instagram da VKTRY, vendo o vídeo da funcionalidade em um New Balance de competição 1600 e mostrando a propulsão, decidi comprar para testar.

Ainda sabendo que aquela propulsão realizada com o NB 1600, mesmo sendo real, é algo mais “fácil” de convencimento, uma vez que o New Balance 1600, ou qualquer outro modelo equivalente, tem pouquíssimo material, principalmente de entressola e solado, o que facilita a propulsão da palmilha.

A primeira análise direta, quando recebi a palmilha na última sexta-feira, foi com relação ao peso. A que comprei é tamanho 11US = 42.5BR, com peso de 72 gramas, relativamente pesada comparada com uma palmilha de espuma. Uma lâmina de fibra de carbono é colada na palmilha em espuma.

Eu optei inicialmente em testar somente em dois modelos, o Nike Pegasus Turbo (rodagem para treinos diários), e o Salming Speed 6 (competição). Porém, acrescentei um terceiro modelo que é o On Cloud.

Para conhecer a resposta que eu esperava da palmilha, não precisou de muito volume de corrida. Obviamente, por conhecer o comportamento do Nike Vaporfly com relação a resposta, a primeira opção de teste foi com o Nike Pegasus Turbo, em virtude desta edição ser leve, macia e com maior resposta quando comparado com o Pegasus 35 “regular”. Mas obviamente a minha referência que eu aguardava de resposta era o Nike Vaporfly.

Foram 13km com o Pegasus Turbo, e aí a frustração. Em ritmo leve ou acelerado, não senti absolutamente nada de resposta. Para quem conhece o Vaporfly, só caminhando é nítido como o tênis trabalha com relação a propulsão. Com a palmilha de carbono no Pegasus, esta sensação também não ocorreu. E durante a corrida, a sensação da sola dos pés esquentarem um pouco também aconteceu.

Com o Salming Speed 6, achava que poderia haver alguma resposta pelo fato de o perfil de entressola ser mais baixo, mesmo tendo uma densidade de espuma mais rígida do que a do Turbo. Neste modelo também não senti vantagem na propulsão por 7km corridos, e acredito que, pelo fato de o Salming ter um perfil de entressola mais baixo e pouca composição de borracha no solado, pareciam que eu estava pisando em brasas. Assim que parei, tirei as palmilhas, e a fibra de carbono na região do antepé estava muito quente.

Como nos 2 modelos que mencionei a palmilha não funcionou, optei por fazer mais um teste com o modelo On Cloud, que tem uma característica de batida mais firme. Foi a pior sensação em 5km. Claramente a batida ficou mais seca, o que me leva a conclusão de que, quando esta palmilha é utilizada em modelos com características de batida mais rígida, seja tênis de competição ou de rodagem, o desconforto é grande.

Outro detalhe foi com relação à durabilidade da espuma, já que a lâmina de fibra de carbono é colada a palmilha. Na borda das duas palmilhas na região dos dedões, acredito que pelo fato de eu exercer maior pressão durante a aterrisagem, a lâmina de carbono atuou como uma faca, talhando a espuma nos dois locais. Além do que, a palmilha que comprei chegou em acabamento ruim, no qual a área em que a fibra de carbono foi colada no pé direito, está fora da borda demarcada com relação ao pé esquerdo. Diante desta análise, para mim não valeu o investimento de U$200,00. De qualquer forma, quem quiser investir em um par, basta entrar no site da marca vktrygear.com

Rodrigo Roehniss

Rodrigo Roehniss

Graduado em Administração de Empresas com MBA em Gestão em Marketing Esportivo, Rodrigo Roehniss é especialista em tênis de corrida, além de prestar consultoria sobre o universo de produtos de running e triathlon. Também trabalha com atletas profissionais. Aqui, analisa produtos que fascinam corredores e triatletas.

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