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Saúde pública: veja causas e tratamentos da obesidade

Adicionada em 20 de setembro de 2023

A comida pode proporcionar momentos maravilhosos na vida de muitas pessoas, mas quando as refeições em família e as preparações caseiras são substituídas por lanches rápidos, como fast foods e alimentos ultraprocessados, diversas enfermidades podem aparecer – entre elas, a obesidade.

Segundo a professora do curso de Nutrição do Centro Universitário do Distrito Federal – UDF, Rafaella Alves, a obesidade é uma doença crônica não transmissível de causa multifatorial, sua etiologia está associada a diferentes fatores, como: genética, sedentarismo, alterações hormonais, processos inflamatórios, consumo alimentar inadequado, mudanças no ambiente e sistema alimentar, entre outros, podendo trazer sérios prejuízos à saúde.

Rafaella Alves aponta que, no Brasil, os últimos inquéritos populacionais mostraram mudanças nos indicadores do estado nutricional dos indivíduos, com o aumento das prevalências dos casos de sobrepeso e obesidade nos diferentes ciclos da vida, atingindo especialmente as populações mais vulneráveis, como as de baixa renda e escolaridade.

“De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2025 a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30kg/m²”, informa a professora do curso de Nutrição.

Rafaella ressalta que as pessoas com obesidade sofrem com o fenômeno da estigmatização da doença, o qual é capaz de causar sérias consequências para a saúde, seja física, psíquico-emocional ou afetiva, e talvez por isso, algumas pessoas fazem buscas por tratamentos milagrosos.

Para a professora do UDF, o tratamento da obesidade deve ter por finalidade o alcance de uma série de objetivos globais em curto e longo prazo e para isso, é necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, formada por nutricionistas, profissionais de educação física, fisioterapeutas, psicólogos, médicos e demais especialistas da saúde, que serão responsáveis por direcionar o tratamento, considerando a individualidade do paciente.

“Em se tratando da alimentação adequada e saudável, devemos nos basear nos princípios do Guia Alimentar para a População Brasileira (2014), e dar preferência para alimentos in natura ou minimamente processados (frutas, verduras, legumes, cereais, leguminosas, castanhas, farinhas, leite, carnes, ovos), limitar o consumo de alimentos processados (alimentos in natura ou minimamente processados fabricados com adição de sal, açúcar ou outra substância de uso culinário em sua composição) e evitar o consumo de alimentos ultraprocessados (biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, refrigerantes, macarrão instantâneo etc.).

Por fim, a nutricionista salienta que é importante que a sociedade entenda que a obesidade é um problema de saúde pública, sendo necessário o fortalecimento de políticas, ações e estratégias intersetoriais para o seu enfrentamento.